Les Terroirs du Monde por
Antônio Goulart & Partners – Anna Elisa Fontoura e Sandra Vidolin
Um convite a degustação e deleite através do vinho, esta é a proposta do arquiteto Antônio Goulart e das designers de interiores Anna Elisa Fontoura e Sandra Vidolin.
Para este projeto, o escritório procurou utilizar matérias primas em seu estado natural assumindo as interferências naturais que vem recebendo. Um exemplo são os painéis feitos de vergalhões de obra oxidados e tramados na fachada, dividindo espaço com as ripas de madeira carbonizada. São pinus de reflorestamento selecionados e queimados com seu próprio corpo, não utilizam lenha.
Tons terroirs passeiam por toda a paleta de cores do ambiente, sem trazer excitação desnecessária. A inspiração desta paleta veio do vinho, seu cultivo e seus processos, da importância em dedicar tempo aos amigos, ou a si mesmo numa relaxante leitura, desde que sempre acompanhado da contemplação desta que é uma bebida histórica e apaixonante.
O vinho, seja por seus processos, pela ação do tempo, pela influência do que está ao seu redor ou ainda pelo que está na imaginação das pessoas, é responsável por encontros, brindes, comemorações, celebrações e foi graças a sua importância que nasceu o teatro, tão significativo ele era para a cultura clássica da Grécia antiga.
Versátil, espaço pode ser visto como uma adega particular ou um espaço funcional. Com tantas referências sensoriais, ele desperta curiosidade e é um convite para sentar e apreciar.
KRAFT THE HOME STORE – Qual é o perfil do cliente do Les Terroirs Du Monde?
Antônio Goulart, Anna Elisa Fontoura e Sandra Vidolin – O espaço foi pensado para pessoas que sabem e gostam de valorizar os bons momentos da vida, mesmo no dia a dia. Um local propício para apreciar a arte e se desintoxicar do bombardeio diário que vivemos.
Uma adega para receber, dedicar um tempo para sentar, conversar, ler, ouvir música… prestar atenção nos detalhes! Um momento para evitar a exposição ás interferências tecnológicas e dos materiais artificiais, e buscar conexões com a essência das pessoas e de tudo o que nos cerca. Por exemplo, quando paramos não somente para beber com os amigos, mas para degustar um vinho e aproveitar o prazer das companhias, é possível prestar mais atenção ás sensações.
A palavra terroir que foi o pilar do nosso conceito, elevada a uma definição mais abrangente. Se pegarmos no dicionário: terroir [terroár] s.m. Terra, terreno, solo; torrão. Ou, palavra francesa também usada para descrever a relação mais íntima entre o solo e o micro-clima particular, que concebe o nascimento de um tipo de produto, que expressa livremente sua qualidade, tipicidade e identidade. Sem que ninguém consiga explicar o porquê.
KTHS – Fale um pouco da sua paleta de cores, como chegaram nela. Suas inspirações e expectativas. Nos conte um pouco sobre estes materiais vindos da oxidação de vergalhões e queima da madeira.
AG, AEF e SV – As cores e texturas apresentadas no ambiente, também fazem referência ao conceito “terroir”: o respeito a interferência do tempo, da natureza nos elementos. A intervenção dos elementos naturais nos materiais: o fogo, na cor e na textura das madeiras da marcenaria. Apresentando o resgate da técnica japonesa de carbonização do pinus selecionado, que é menos agressiva ao meio ambiente e, que além de conferir mais resistência a madeira, confere nuances de ébano únicos ao material.
A oxidação natural dos ferros, traz o tom correto da ferrugem, de tons naturalmente ocres, amadeirados, quentes, nas tramas randômicas dos painéis de vergalhões de obra e na composição do balcão central, com as telas expandidas, sustentando duas toras maciças de cerejeira (certificada), onde os veios naturais foram preservados e “cicatrizados” com o fogo do maçarico.
Os tons naturais das peles, nas poltronas individuais, que convidam para se aconchegar no espaço, junto com tapete de pele, sobreposto ao persa Reloaded, tingido com os tons presentes nos tintos.
O efeito natural do cimento queimado na parede principal, as cores e texturas que pegamos emprestado desse universo dos terroirs que dão a identidade aos produtos mais singelos e ao mesmo tempo valiosos presentes da natureza. Esta natureza nos devolve essa vibração da forma mais sublime e prazerosa, participando do momento de “bem degustar”, proporcionando ao corpo e a alma uma conexão sensorial única.
KTHS – Quais produtos da Kraft estão em seu ambiente? Como eles ajudaram a compô-lo dentro do conceito?
AG, AEF e SV – As poltronas revestidas com pele de vaca, em cor natural e bem curada, num tamanho ideal para compor o mini-lounge proposto nessa “adega de receber”, muito confortáveis ao toque e ao corpo.
A telinha natural e tradicional tramada com “fios de ouro” das banquetas de design contemporâneo junto ao balcão, fazem a conexão com os tons dourados presentes no espaço assim como com e a madeira escura.
A composição das três mesas de apoio lindas e exclusivas que interligam com todo o conceito do espaço. Uma das mesas forma uma escultura ao manter o formato natural do tronco da árvore. As outras mesas são em lâmina natural e a outra folhada em cobre, que é uma tendência! Obras do fotógrafo holandês Hendrik Kertens e o relógio Kartell completam o décor.
As bandejas com estrutura em cobre com espelho, enfim, todos os elementos acabam se encontrando e se transformando em belos exemplares com funcionalidade e forma. Precisamos da arte com a simples função de ser arte, uma escultura de madeira leva o olhar para um passeio de contemplação.
Gostaríamos de agradecer a Kraft the home store, por sempre apresentar peças escolhidas com olhar apurado e nos possibilita compor dentro dos mais variados estilos. Agradecemos também a qualidade do atendimento, a atenção e o respeito pelos profissionais de interiores. Desde o atendimento na loja, até os rapazes facilitadores das entregas, a Kraft nos transmite muita segurança!
Um hotel inesquecível e por que?
Anna Elisa: Grand Hotel Plaza, Via del Corso – Roma. Um antigo palácio histórico, cheio de charme e elegância!!
Antônio Goulart: Hotel Les Relais de Margaux, em Bordeaux, França. Por todo o charme e experiência gastronômica única
Sandra: O Fasano Las Piedras, no Uruguay. Por todo conceito de experiência sensorial que oferece. O luxo no seu estado mais elevado: o da experiência e não da ostentação, o conceito mais verdadeiro e atual de luxo!
Um museu para voltar!
Anna Elisa: Musée de l’Orangerie, em Paris.
Antônio Goulart: Museo Cavatappi di Barolo, Itália. Vinho, sempre o vinho!
Sandra: National Gallery de Oslo, Noruega. Para rever a obra “O Grito” de Edvard Munch! Agora sob elevada segurança, após episódios de roubos e resgates!
Um Filme inspirador
Anna Elisa: La Vita e Bella ( A Vida é Bela, de Roberto Benigni)
Antônio Goulart: Il Postino (O Carteiro e o Poeta, de Michael Radford)
Sandra: São tantos! Mas para marcar: O Piano: para instigar as emoções.
O Bom Ano: para repensar os valores de forma leve e inspiradora.
O Clã das Adagas Voadoras: para despertar e lapidar o senso estético.
Um Livro inesquecível
Anna Elisa: O Poder do Agora – Eckhart Toller.
Antônio Goulart: Todos que leio!
Sandra: A Fazenda Africana, de Karen Blixen. Uma declaração de amor à uma região inóspita e experiência única, vivida por uma mulher em uma época única!
Música ou banda que você acompanha?
Anna Elisa: Guns´n Roses
Antônio Goulart: Aerosmith
Sandra: Ópera, para elevar a alma, Maria Callas, sempre!
Para distrair: Hot Sardines, irreverentes na medida certa!
Club des Belugas, leve, com cara de pôr do sol quente e um bom Rosé refrescante!
Um sonho a realizar
Anna Elisa: Aprender a cozinhar!
Antônio Goulart: Não dormir, aproveitar cada instante da vida!
Sandra: Uma Casa no Campo, cheia de amigos, livros, filmes, as pessoas amadas da família!
Um lugar para conhecer
Anna Elisa: Sul da Itália
Antônio Goulart: Nepal
Sandra: O Deserto do Sal, na Bolívia, para se sentir caminhando no céu!