Você precisa de cores luminosas !

Usar cores fortes e luminosas na decoração pode ser intimidador para algumas pessoas. Habituados a utilizar uma paleta de cores neutras, hoje estuda-se mais a fundo quais sensações que buscamos para aquele ambiente. Serenidade, tranquilidade, concentração, atenção são algumas das sensações que facilmente são alinhadas com decoração. Refletir sob quais sentidos se quer despertar e quais sensações se busca através do uso de cores é uma forma de alinhar as intenções sobre o que queremos despertar e quais mensagens iremos transmitir.

Acrescentar alguns poucos itens, uma cadeira, um vaso ou uma almofada de cor, tem o poder de elevar o astral, acalmar ou energizar este ambiente.  É uma experiência incrível, pois a sutil mudança de vibração acaba nos atingindo em cheio, principalmente quando racionalizamos nossas intenções, e a vontade de adicionar mais e mais itens só aumenta.

Conhecidas pelo seu aspecto bold, intensas e atrevidas, algumas cores estão carregadas de história, significados e emoções. Unindo esta força com a história pessoal que todos colocamos em nossa casa, alcançamos uma combinação única e muito particular de sensações. Cada designer, ao produzir seus móveis e objetos busca interagir previamente com o meio que os receberá. Sua informação é muitas vezes subliminar. Por isso é válido refletir  como interfere no meio.

Vindas de Matisse e Cezane, elas transbordam o fogo de sua essência, o fauve, e não se apagam. Selecionamos cores inspiradas em pedras preciosas! Clássicos, independentes de tendências, para serem usadas e abusadas.

O Nobre Azul da Safira

O azul pode representar amizade e confiança, segundo um estudo sobre a psicologia das cores. É uma cor que transmite serenidade e harmonia. Também remete a religião, aos céus e ao manto da Virgem Maria e da celestialidade dos deuses Hindus. Possui forte relação com a ciência, a concentração e a busca por harmonia. O azul também simboliza fidelidade, verdade. A expressão true blue, vem da imutabilidade e resistência desta cor. Out of the blue, que significa “do nada”, usado para as ideias que surgem espontaneamente. Os anéis de noivado e casamento de Diana e Charles, usado hoje por Wiliam e Kate inspiram seu significado de estabilidade e longevidade. Safira é a pedra dos anéis profissionais dos arquitetos, administradores, engenheiros, pilotos e psicólogos.

 

Deixe- se levar pela mais simpática das cores, preferida entre homens e mulheres, o azul já era utilizado no antigo Egito. A cor primária teve origem vegetal através de uma planta chamada pastel, cuja tintura reagia por oxidação ao sol. Para pintura em tela era utilizado uma tinta feita através da maceração da pedra Lapis Lázuli. No século XVI, a tinta azul chegou a valer mais que o ouro e por isso tem forte relação com o luxo. Sendo utilizada por reis e pela igreja no período bizantino, acabou sendo associada a sobriedade e retidão. O estudo da extração da tinta do índigo foi responsável pela evolução na fabricação de corantes. Gigantes como a Bayer, a Basf e a AGFA cresceram e prosperaram graças a suas pesquisas e comercialização de corantes azuis a base de índigo, o que barateou os processos e seu preço caiu. O azul sempre foi uma cor resistente ao sol e durável, e por este motivo coloriu os uniformes de diversos soldados e de trabalhadores ao longo da história. E foi através do jeans que ganhou ainda mais popularidade nos anos 70, conquistando o afeto de todos.

 

 

 

Rubi: Estimulante, Extrovertido e Sexy

Cheio de paixão e força vital, o rubi é a pedra do sangue, dos apaixonados, dos advogados e dos jornalistas.

O vermelho foi a primeira cor que o homem denominou e entendeu como cor. É a primeira que enxergamos quando bebês e por isso que é a primeira nos vem a memória. Remete a felicidade, ao poder, ao luxo, ao sangue, ao fogo e seus significados ritualísticos. Possui forte ligação com a paixão, o amor e o ódio. É uma cor de extremos. Forte, potente, corajoso e atrativo, o vermelho possui energia, desejo e calor. O vermelho também espanta o mau olhado, sua história nos traz algumas referências a seu poder de cura. Os chineses utilizam com frequência em suas roupas e decoração por simbolizar alegria e fortuna. Todos os dias somos inundados de vermelho, nas proibições, nos semáforos, nas placas de transito, na luz do entardecer, dos botões de emergência, dos alarmes de incêndio. Seu poder é facilmente percebido e para algumas pessoas, ao perceber um décor exagerado, a primeira cor a ser eliminada é o vermelho, tamanha a sua força.

Estudos mostram que as pessoas expostas a cor de marte têm aumento de pressão arterial e dos batimentos cardíacos, estímulos físicos que aumentam em 12 % o estado de alerta, mas que logo em seguida se normaliza.

O vermelho foi, no século XV, de uso exclusivo da nobreza, não sendo permitido a ninguém mais trajar a cor que vinha dos caramujos e dos piolhos, sim sua origem é animal. No século XVI novas formas de cultivo da cor baixaram o preço e as pessoas comuns puderam ter roupas vermelhas para os dias de festa e de missa.

 

Ametista, a Cor do Ano!

A ametista é uma pedra de quartzo na cor violeta, que pode ser encontrada no Brasil e foi durante muitos anos uma pedra preciosa. Possui forte relação com a cura mística, com a mente, busca de equilíbrio. Atua fortemente na intuição e na memória.  É a pedra dos cursos de letras, pedagogia, história, geografia e gastronomia.

Não é de hoje que a cor violeta tem este ar de nobreza. Na escala de significados, o vermelho-púrpura foi a cor mais cara do mundo, feita de caramujos desde 1.500 a.C, seguida pelo vermelho e, então pelo azul. Utilizada por sacerdotes e reis principalmente no período bizantino, o violeta simboliza o que há de mais nobre e valioso. Ainda hoje, um grama de púrpura feito de caramujos custa 2 mil euros.

A cor ultra violet foi eleita pela Pantone como a cor do ano de 2018. “Intuindo criatividade, imaginação e contemplação de um céu noturno e enigmático. Explora suas qualidades místicas e espirituais, buscando um refúgio dos estímulos diários e conexão.” o violeta foi a cor das feministas no movimento sufragista em 1908, significando liberdade e dignidade.

Vaidade, extravagancia, magia, expansão da consciência, ligação entre o feminino e o masculino, Prince e Deep Purple!

 

 

Verde, a cor da fertilidade, da esperança!

Osíris é o deus egípcio da vida e da fertilidade, e não é por acaso que sua pele é verde.

As esmeraldas por sua vez, são as pedras mais cobiçadas pelo ser humano, sendo superior a elas apenas a cobiça pelos diamantes. Era utilizada como amuleto de sorte pelos egípcios. Conhecida na antiguidade por sua clarividência e proteção contra energias ruins, foi a pedra escolhida para os anéis dos profissionais da saúde.

Ao longo da civilização e seu uso de cores, tanto para pinturas como para a coloração de tecidos, o verde possui uma ambiguidade que tem muito mais relação com a política que com o gosto popular sobre sua cor. Era a cor dos burgueses. Originalmente vinda de infusões e macerações de plantas, a cor verde não fixava bem nos tecidos. E como já sabemos que na idade média, a cor vermelha, vermelho-púrpura e tons violetas eram de uso exclusivo da nobreza e do clero, o verde ficava no meio do caminho. A cor obtida das plantas era quase suja, desbotada, que ia saindo das peças conforme suas lavagens, deixou uma conotação barata e não durável.

Naturalmente, quando pensamos em verde, podemos designar algo não maduro, jovem, em fase de crescimento. Por isso, a esperança de algo bom e frutífero que virá. Chamamos de dedo verde, aquelas mãos que tem o dom de cuidar das plantas e logo mais conectamos o verde ao vegetarianismo, a preservação das florestas e da vida selvagem. Quando nos relacionamos com alimentos funcionais, orgânicos ou que promovam o bem-estar de alguma forma, os chamamos de verdes, como sucos verdes, caldos verdes, e inclusive restaurantes vegetarianos acabam por incluir a palavra ou a cor verde para designar seu propósito. O verde também é a cor preferida de Maomé, símbolo da fé islâmica e de sua bandeira. Os prados verdejantes são oásis, uma recompensa, em especial para as comunidades que vivem nos desertos. As moças do século XVI usavam fitas, passamanarias verdes para indicar que eram solteiras.  A cor mais firme era feita com base no azul que não desbotava, tingido em seguida pelo amarelo.

O verde já teve conotação de veneno. O verde luminoso e duradouro, como todas as cores luminosas, era de uso dos ricos, e sua extração vinha do azinhavre de raspas de cobre que agiam ao vinagre, e depois, em 1814, uma empresa obteve um verde muito luminoso ao tratar as chapas de cobre com arsênico. Altamente contaminante, suspeita-se que uso desta cor, a preferida por Napoleão Bonaparte, tenha sido a responsável por sua morte quando empregada em paredes e tecidos de seu exílio.  O arsênico se desprendia aos poucos dos tecidos. No início do século XX o verde de arsênico foi proibido, sendo disponível apenas para restauros em obras de arte. Voltando a ser manipulado de forma industrial e sem risco a saúde, sua conotação de esperança, fertilidade e tranquilidade permaneceram.

Sinal verde, green card, produto verde, são diversas as conotações que nos informam o quanto o verde é easy, leve, fresco, descansado. A cor verde da lousa das escolas foi definida através estudos como a cor em que se pode olhar por horas a fio, sem cansar a vista.Com certeza, hoje, livre das pressões sociais, a escolha do verde é livre. É é através das plantas e objetos, a escolha faz-se intuitiva e nos traz calma e tranquilidade, além de adicionar profundidade a decoração.

 

 

Preto e Branco, a jovialidade e o mistério do ônix!

Chamada por Renoir como a Rainha das cores, o preto e o branco, juntos, já fizeram muita história na moda. Nos anos 1930 Coco Chanel lança sua coleção inspirada nos Pied de Poule e Pied de Coq, que era utilizada apenas nas roupas masculinas.

O preto é a cor favorita dos jovens, seja pela facilidade em compor os visuais mais agressivos ou pela elegância ao ressaltar sua pele jovial e desprovida de outros adornos e distrações. O preto confere um ar de honra e austeridade, responsabilidade e de individualismo. O preto foi considerado cor de adulto, intimidador e misterioso. Na escala indo do branco ao preto, vemos o branco como o começo, sem tingimento, sem poluição visual, pureza, e o preto como a saturação de tudo. Desde 1970 o preto é a cor que não pode deixar de ser lançada a cada coleção de moda. Porém antes disso, foi só por volta de 1900 que foi utilizada nas casas e vestimentas. O que aconteceu foi que com a popularização das cores, e necessidade dos nobres por algo exclusivo, o preto muito tinto foi o objeto de desejo da vez. Até as noivas casavam–se de preto nesta época.

A pedra ônix tem sido muito utilizada na decoração em suas diversas tonalidade de cores e veios. Já o quartzo preto quando utilizado como talismã ou em joias, transmite seriedade, humildade e confiança. Tem sido utilizada há muitos anos como escudo de proteção e para afastar o mau olhado. Também pode ser designada para acalmar o estresse e nervosismo.

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